sexta-feira, 30 de março de 2012

Ah! É Edmundo!

Hoje, peço permissão às queridas fashionistas para falar de uma antiga paixão. Passa longe do glamour e da vida de brilhos, maquiagem cara, bolsas famosas... Uma paixão que nada tem a ver com esse mundo. Mas uma paixão que sou eu. O Futebol.

Ontem o melhor jogador de futebol que vi em atividade encerrou sua carreira. Falo de Edmundo. Com todo o peso do nome. Craque, habilidoso, ídolo, vivaz, polêmico.  E polêmicas a parte, ele foi meu maior ídolo no esporte. O Vasco é minha paixão, meu ponto fraco... E Edmundo durante minha vida como torcedora, foi sinônimo. Sim, sinônimo do que eu esperava de um craque dentro de campo. Apaixonado, à flor da pele, intenso, ansioso, brigão... Não se tem sangue de barata quando se trata de paixão. 
Ontem na minha ida a São Januário, Edmundo também foi sinônimo. Desta vez, foi de saudade. Saudade do tempo que aquele Caldeirão era minha casa e eu entrava sem bater na porta. 
Acordei com meu namorado, que é rubro-negro, cantando "Ah! É Edmundo!", eu ri. Adorei. Impossível contar tantas vezes me esgoelei gritando essa frase.
Ao chegar no estádio, mesmo antes de entrar a emoção já havia tomado conta de mim. Lembrei de queridos amigos que compartilhavam dessa mesma paixão e que não estão mais por aqui. Liguei para um outro que poderia muito me entender, mas não toquei no assunto. Não era momento de tristeza. Resolvi que seria lindo e emocionante de qualquer maneira. E foi. O Vasco é mestre em me pregar essas peças... Na fila para a entrada, o grito foi ecoadolá dentro, fogos. Entramos, e Edmundo já estava em campo. Gritei, cantei, dancei, tudo como nos velhos tempos. E pedi "Fica Edmundo". Ele ainda tem vaga fácil. Mesmo perto dos 41... Na festa de despedida marcou dois gols. Um de pênalti. No segundo, mostrou a categoria animal e comemorou da mesma forma que fazia em 97. Meu coração acelerou. Os gritos agora eram "au, au, au, estátua para o Animal", seguidos de "ão ão, ão, derruba a do Anão". Apoio.
Aos 40 do segundo tempo, meu ídolo pediu para sair. Meu coração eufórico quase parou. Me vi sozinha mesmo naquele estádio lotado. Edmundo caminhando lentamente para ser substituído. Não olhei mais para o jogo e nem vi o nono e último gol. Estava vidrada no craque que se despedia tão emocionado quanto eu. E chorei. "Se estivesse em casa, vendo pela TV, eu estaria chorando" - disse meu irmão com lágrimas nos olhos.
E vi Edmundo agarrado a uma bandeira do Vasco saudar a torcida que berrava seu nome. Eu não tive voz. O grito travou. E eu chorei de novo.
Concorde-se ou não, o furor que Edmundo causa na torcida do Vasco é válido. Justificado? Não sei. Edmundo é daqueles que a gente escolhe não pela razão e sim pela emoção.  Não é apenas o fato dele ser torcedor declarado do clube, ou de ter dado títulos - foram apenas dois - ou marcar gols no Flamengo. Talvez a campanha de 97 seja a principal motivação dessa idolatria. Ano esse que Edmundo foi o melhor jogador do mundo. Pergunte a qualquer um. E que se dane que a FIFA teima em ignorar jogadores que não atuam na Europa. Edmundo foi o melhor.
O mito Edmundo foi gerado, na minha opinião, por ser um daqueles ídolos que mostra seu lado humano, com erros e acertos. Ele acertou divinamente em campo, mas errou devastadoramente na sua vida... E isso o tornou comum. O aproximou do torcedor de radinho. Nele o lado humano é mais evidente.
A festa foi linda. E foi mesmo impossível para quem acompanhou o Vasco de 97 não se emocionar com Edmundo, Juninho e Felipe em campo de novo. Os 21 mil que compareceram viram um encerrar de história digno daquela geração. A mais vencedora das últimas décadas. Porque mesmo não estando nas conquistas que vieram depois do Brasileirão de 97, Edmundo permaneceu no imaginário do torcedor como aquele que deu o chute inicial, e não merecia sair de campo da forma como foi, com o rebaixamento, o ano mais terrível da nossa história. Ele merecia uma despedida a sua altura ou a altura que os vascaínos o colocaram.
Nas alegrias e tristezas, Edmundo sempre foi lembrado.  Ele conquistou isso, e será assim por muito mais tempo.
Obrigada, Edmundo.

5 comentários:

  1. O DYENIS TB ME ACORDOU COM O GRITO DE AH, É EDMUNDO...SÓ ELE MESMO...OBRIGADO EDMUNDO POR TUDO...

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  2. Simplesmente maravilhoso esse texto. De muito bom gosto. Foi difícil até de achar palavras para definir.
    Parabéns e Saudações Vascaína!!!
    Ahhhh é Edmundo!!!!
    Alexandre Moreira.

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  3. Muito obrigada! Só contei o que vimos lá... Emocionante!

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  4. Mais um vez meu coração de mãe fala mais alto (por que a mãe é rubra negra) vc sempre foi uma vascaina orgulho do seu time ganhado ou perdendo vc sempre tem uma razão pra as coisas do seu time,e seu Idolo Edmundo é tudo isso que vc brilhatemente resumiu, PARABENS FILHA VC COMO SEMPRE MARAVILHOSA.

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